O Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE) acolhe nesta semana um projeto do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) realizado em alusão ao Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas (30 de agosto). A peça principal da campanha é um videoclipe que será exibido na Praça do MIS diariamente, de hora em hora, de terça (30.08) a sábado (03.09). O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará), com gestão em parceria com o Instituto Mirante.
Produzido em parceria com o projeto Playing For Change, o videoclipe da música “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, da banda U2, contou com a participação de mais de 40 músicos de todos os continentes. A organização presta homenagem às famílias das pessoas desaparecidas. O Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas ressalta a importância de unir esforços para esclarecer o que aconteceu com milhares de pessoas desaparecidas ao redor do mundo. Todos os anos, milhares de pessoas desaparecem ao redor do mundo por diversas circunstâncias, incluindo conflitos armados, violência, desastres naturais e incidentes em rotas migratórias.
“Os familiares nunca deixam de procurar seus entes queridos. É importante continuar prestando apoio a eles e, para isso, são necessárias uma vontade política genuína e uma coordenação entre todas as partes interessadas. Dessa forma, poderemos atender às diversas necessidades das famílias e prestar apoio econômico e emocional a elas para o processo de busca, assim como acompanhamento psicossocial, por exemplo”, afirma Susana López, Assessora Regional de Restabelecimento de Laços Familiares e Pessoas Desaparecidas do CICV para as Américas.
Familiares de pessoas desaparecidas continuam procurando seus entes queridos e se apoiando mutuamente nessa empreitada. Muitos deles inclusive diversificaram os métodos de busca de forma a contemplar os meios virtuais e as redes sociais, por exemplo. Até conseguirem obter uma resposta definitiva, a busca dos familiares não cessará. Carmen Murtiola, da Venezuela, não sabe do paradeiro de seu filho Juan e assegura: “Eu não me dou por vencida. Nós nos lembramos dele todos os dias, e não só no dia do seu aniversário. Todos os dias. Por qualquer coisa que ele fazia, que ele dizia, porque ele era muito perspicaz. Pensamos nele o tempo todo.”
Já a cearense Girliany Costa, que está há anos esperando que seu filho Francisco Douglas apareça, assegura: “Nunca vou parar de procurá-lo. Enquanto estiver viva nesta Terra, vou procurar o meu filho. Não vou desistir. Muitas coisas mudaram na nossa família depois do desaparecimento. Porque achamos que nunca vai acontecer com a gente e, no dia que acontece, você só sente desespero.” Girliany é uma das pessoas que aparece no clipe produzido.
O trabalho do CICV na América Latina
Na América Latina, o CICV presta apoio aos familiares de pessoas desaparecidas no Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru e Venezuela. O CICV reconhece que, assim como as pessoas que desaparecem, os familiares delas também são fortemente afetados pelo desaparecimento e precisam que suas necessidades específicas sejam atendidas. As famílias sofrem diversas consequências emocionais e psicossociais, muitas vezes agravadas por obstáculos jurídicos e econômicos. O CICV trabalha para fortalecer a capacidade das autoridades estatais de responder a essas necessidades e para promover a adoção de políticas que contribuam para a busca de pessoas desaparecidas, para a proteção de suas famílias e para a preservação da dignidade das pessoas falecidas. Descobrir a sorte e o paradeiro das pessoas desaparecidas é um desafio diário que depende da existência de mecanismos eficazes e coordenados de busca, assim como de processos forenses de qualidade.
Parceria com o Playing For Change
“Este é o vídeo mais importante que já fizemos porque ele nos conecta com as raízes da nossa humanidade e pergunta diretamente em que tipo de mundo queremos viver. Uma coisa que aprendemos é que uma música pode mudar o mundo, porque é através da união que mudamos o mundo. Quando sentimos algo assim, temos o poder de agir para tornar isso uma realidade”, explica Mark Johnson, cofundador do Playing For Change.
O vídeo contou com a participação generosa de cantores e músicos como Paulo Heman e Marfa Kurakina, do Brasil, Daniel Lanois, do Canadá, Roopak Naigaonkar e Tushar Lall, da Índia, Roberto Luti, da Itália, Sherieta Lewis e Roselyn Williams, da Jamaica, o coro Amaan, da Jordânia, Kátsica Mayoral, do México, o Sosha Choir, da África do Sul, John Cruz, Olivia Ruff, Michael Ruff, Glen David Andrews Band e Chris Pierce, dos Estados Unidos, e Louise Mhlanga, do Zimbábue.
“Juntos, e através da música, queremos expressar a nossa solidariedade por aqueles que enfrentam a tragédia profunda e universal de não saber o que aconteceu com um parente desaparecido. Os familiares das pessoas desaparecidas não vão parar de buscá-las, nem nós de ajudá-los”, afirma Guillermo Schulmeier, chefe do Centro Regional de Comunicação do CICV para as Américas em Buenos Aires.
O vídeo com a homenagem aos familiares das pessoas desaparecidas foi lançado no dia 30 de agosto nos canais do Playing For Change e do CICV: https://www.youtube.com/watch?v=Ut3eNln5ucA
Contatos para a imprensa na América Latina:
Brasil: Sandra Lefcovich, CICV, Brasília: +55 61 98175 1599 [email protected]
SERVIÇO
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Exibição de videoclipe da música “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, da banda U2, produzida pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em parceria com o projeto Playing For Change
30.08 (terça) a 03.09 (sábado)
Exibição a cada hora
Praça do MIS
Gratuito